APNEIA DO SONO
A Apneia do Sono é preocupante?
Ressonar pode ser um dos primeiros sinais da existência de apneia.
Segundo a Organização Mundial de Saúde 100 milhões de pessoas sofrem desta doença e segundo o Programa Nacional para as Doenças Respiratórias estima-se que a prevalência da Síndroma de Apneia do Sono (SAOS) em Portugal, seja de 20% nos adultos.
A Apneia do Sono é considerada pela Organização Mundial de Saúde como uma “epidemia global” equivalente à Hipertensão Arterial e à Diabetes que ameaça a Saúde Pública e a qualidade de vida de mais de 45% da população mundial.
Neste caso, o importante deixa de ser o ressonar e passa a ser a alta probabilidade de complicações das apneias do sono de que se realça a hipertensão arterial, angina de peito, enfarte do miocárdio, morte súbita e acidentes, de trabalho e de viação.
A sonolência diurna excessiva, uma das manifestações da doença do adulto, é uma das principais causas de acidentes de viação. O risco de acidentes na estrada é 15 vezes maior.
O que é apneia do sono?
Apneia significa parar de respirar (ἄπνοια, do grego, ápnoia, a = prefixo de negação e pneia = respirar).
Durante o sono podem ocorrer estas paragens, principalmente por as vias aéreas superiores se fecharem e não deixarem passar o ar. Quanto mais tempo estiver sem respirar, mais graves são a descida de oxigénio e a subida do anidrido
carbónico, gás tóxico no sangue.
A maior parte das apneias só termina quando a pessoa acorda por breves instantes, com aumento dos batimentos cardíacos e da tensão arterial. Muitos destes “alertas”, de poucos segundos, não são conscientes mas alteram o ciclo normal do sono.
Tenho apneia do sono?
Se ressona alto, acorda durante a noite com sensação de estar engasgado e sente sonolência durante o dia, existe uma grande probabilidade de sofrer de apneia obstrutiva do sono.
Segundo a Direção Geral de Saúde a Síndroma de Apneia do Sono representa um fator de risco significativo para as doenças cardio e cerebrovasculares. Associa-se com o aumento da mortalidade por estas patologias.
Relaciona-se, ainda, com o desenvolvimento de insulinorresistência e diabetes mellitus.
No adulto, a SAOS é uma doença tratável. Numa primeira linha, por ventilação por pressão positiva. Esta controla a sonolência diurna excessiva e as manifestações clínicas da doença, reduzindo a morbilidade e mortalidade cardiovascular.
Na idade pediátrica calcula-se uma prevalência para SAOS compreendida entre 1 e 3%. Pode manifestar-se pelo ressonar, apneias no sono, sudorese, enurese, alterações do comportamento como hiperatividade e falta de atenção, baixo rendimento escolar, atraso estato-ponderal e alterações cardiovasculares.
Quais são os conselhos para doente com Apneia?
- Perder peso;
- Evitar álcool no mínimo quatro horas antes de dormir;
- Evitar medicamentos sedativos do tipo hipnóticos, anti-alérgicos, anti-histamínicos, preferencialmente antes de dormir;
- Evitar dormir de costas (decúbito dorsal);
- Evitar refeições pesadas antes de dormir;
- Evitar bebidas cafeinadas no mínimo quatro horas antes de dormir (chá, café, chocolate);
- Evitar fumar no mínimo quatro horas antes de dormir;
- Evitar comer no meio da noite; evitar privação de sono, procurar manter um horário relativamente constante para dormir e acordar.
O dentista, principalmente o ortodontista constitui um grupo profissional importante e muito útil na deteção precoce e no tratamento da roncopatia e da SAOS.
"Um bom sono é um sonho acessível a todos os Portugueses" uma vez que a maioria dos distúrbios do sono pode ser evitados e curados.
A Estomatologia e a Medicina Dentária podem ajudar!
Ressonar e Apneia do sono são transtornos do sono frequentes, afetam muitas crianças e adultos, provocando consequências físicas e intelectuais graves; quando presentes, estes doentes devem ser prontamente encaminhadas para consultas médicas especializadas.
A intervenção ortodôntica precoce (tratamento dentário), designadamente com dispositivos de expansão maxilar (na criança) e de avanço mandibular (no adulto) podem ser os tratamentos de primeira linha.
São terapêuticas muito eficazes se efetuadas por médico especialista em ortodontia com formação
em doenças do sono, sempre em colaboração multidisciplinar.
São tratamentos que normalizam os sinais e sintomas iniciais e devolvem qualidade de vida aos doentes.
O ressonar tanto na criança quanto no adulto é uma doença crónica. É como uma campainha que alerta para várias doenças - hipertensão arterial, alteração do colesterol e glicose, diabetes tipo II, obesidade etc. – que se irão instalar no organismo se não lhe dermos ouvidos.
Se você ou seu filho (a) sofre dessa doença, procure um médico especialista em Medicina do Sono, pois existe tratamento específico com grande margem de sucesso.
A qualidade de vida dos portugueses melhora quando deixa de existir aquele ruído ensurdecedor, causa frequente de conflitos e de separação conjugal.
A medicina moderna, baseada na evidência, permite afirmar que os DAM são uma “arma terapêutica de primeira linha” no tratamento da apneia do sono ligeira e moderada, tão eficaz como o CPAP na melhoria do índice de Apneia.
RONCOPATIA
Ressonar é Normal?
Ressonar não é normal, nem para crianças, nem para adultos.
Pode ser o sinal de alarme de uma doença de gravidade variável.
Nunca é uma situação natural: “O meu Pai sempre ressonou!”, “Não me importo, eu não ouço!”, “Toda a gente ressona!”, são afirmações frequentes dos doentes nas nossas consultas.
Está demonstrado que a roncopatia é um indicador de que algo não funciona bem. Significa que há uma anomalia anatómica e funcional das vias aéreas superiores (nariz, nasofaringe, orofaringe), um grau maior ou menor de obstrução à passagem do ar.
Ressonar é o sintoma de alarme da apneia do sono pediátrica: 8 a 30% das crianças portuguesas ressonam.
As crianças que ressonam alto necessitam duma avaliação clínica precoce assim como beneficiam com tratamento ortodôntico adequado e eficaz.
45% dos adultos ressonam. Existe ligação entre o ressonar e a taxa de divórcios. Um estudo da Associação Britânica do ressonar e da apneia do sono revela que 1 em cada 2 casais reconhece que a sua vida sexual está afetada e demonstra que as
pessoas que ressonam “roubam” ao seu par o equivalente a 2 anos de sono por
cada 24 anos de vida em comum.
Afinal porque ressonamos?
A razão por que se ressona durante o sono explica-se pela diminuição da tensão dos músculos que mantêm aberta a via respiratória; se o seu calibre for já de si reduzido, por exemplo devido a um desvio do septo nasal, aumento da língua ou das amígdalas, abaixamento do palato mole, a resistência à passagem do ar aumenta causando a vibração das suas paredes e surge esse fenómeno acústico que bem conhecemos, o roncar.
O homem ressona mais que a mulher devido a razões anatómicas da faringe e da laringe. Após a menopausa estes valores aproximam-se.
Tudo o que possa fazer diminuir o diâmetro da via aérea superior ou facilite a obstrução, por exemplo, dormir de barriga para o ar, excesso de peso, álcool, certos medicamentos, tabaco, nariz obstruído por “constipações” ou alergias, cavidade oral pequena e/ou língua grande, favorece o ressonar.
Podemos ajudar!
Se ressona ou se o seu conjugue ressona não hesite em recorrer ao seu Médico
Especialista em Estomatologia ou Dentista, se certificados em Ortodontia e
Medicina do Sono.
bruxismo
Apertar e/ou Ranger os dentes, afeta a sua saúde?
O Bruxismo é o hábito de ranger ou apertar os dentes devido à contração anormal da musculatura mastigatória.
Pode ocorrer durante o dia, mas é mais comum à noite.
"Muitas vezes o parceiro que dorme ao lado é o primeiro a perceber o problema".
O sintoma mais comum é a dor nos dentes, na cabeça, na musculatura cervical e até na região do ouvido.
As noites são más porque há interrupção do ciclo do sono, a pessoa dorme mal influenciando durante o dia o humor, a atenção e a produtividade intelectual.
Na lista das causas possíveis, o stress físico e emocional (ansiedade) desempenha um papel importante.
Procure um dentista, capaz de dar o diagnóstico correto, às vezes auxiliado por fisioterapeutas, terapeutas da fala, psicólogos e até profissionais de educação física, entre outros.
Normalmente, o bruxismo também está relacionado a dentes ausentes ou tortos, próteses mal ajustadas, uma mordida aberta ou então a alterações respiratórias e neuromusculares.
"Além de desgastar os dentes - em casos extremos, há risco, inclusive, de os perder.
O bruxismo pode causar problemas na articulação temporomandibular, tais como estalidos, limitação na abertura da boca, zumbidos nos ouvidos e dores de cabeça, ouvidos, na face e nos músculos do pescoço.
As férulas oclusais são o método de controlo mais conhecido e eficaz. Não evitam o bruxismo, mas minimizam seus efeitos, mantendo intacto o esmalte dos dentes, evitando assim mais danos estruturais na boca.
Pode ser necessário o recurso a outras especialidades médicas assim como o recurso a medicamentos, designadamente relaxantes musculares, analgésicos e anti-inflamatórios.
Critérios de diagnóstico do BS de acordo com a AASM (Academia Americana de Medicina do Sono):
A) Queixas de ranger ou apertar os dentes durante o sono
B) Um ou mais dos seguintes critérios:
1) Desgaste dentário anormal
2) Sons associados com bruxismo
3) Desconforto nos músculos mandibulares
C.O monitoramento polissonográfico demonstra as seguintes características:
1) Atividade dos músculos mandibulares durante o sono
2) Ausência de atividade epilética associada
D. Ausência de outra desordem médica ou mental (ex.: epilepsia relacionada ao sono, desordens de movimento durante o sono).
E. Outras desordens do sono (ex. síndrome da apnéia obstrutiva do sono).
A AASM estabelece como critério mínimo de diagnóstico a presença dos itens A+ B
Dor Orofacial
A dor é uma das causas mais frequentes de consulta médica, representando aproximadamente 25 a 50% das consultas de cuidados de saúde primários, sendo a dor crónica cerca de 20% dos motivos de consulta.
A dor orofacial é a dor percebida no rosto e/ou cavidade oral.
De acordo com os mecanismos da dor, classifica-se em 4 grupos: dor psicogénica, músculo-esquelética, neuropática e neurovascular.
Pode resultar de trauma, infeção ou de outra causa dentária ou ter origem em estruturas anatómicas próximas, incluindo os olhos, nariz, língua, seios, ouvidos, músculos regionais e a articulação temporomandibular.
A dor orofacial é, habitualmente, crónica e persistente, multifatorial e complexa, angustiante e debilitante. Acompanha-se quase sempre por perturbação do sono.
O conhecimento inadequado sobre a etiopatogenia da dor e dos mecanismos neurobiológicos subjacentes à dor persistente, pode levar a diagnósticos imprecisos e posterior tratamento ineficaz ou prejudicial.
O Médico Especialista em Estomatologia e o Médico-dentista tratam diariamente pacientes com dor, nomeadamente: Dor odontogénica ou dentária, Dor dentoalveolar persistente, Disfunção temporomandibular, Bruxismo, Nevralgia do trigémio, Dor orofacial neurovascular, Síndrome da boca ardente, Dor facial idiopática persistente e Nevralgia do glossofaríngeo.
É responsabilidade sua não só diagnosticar e tratar a dor orofacial odontogénica mas também avaliar a necessidade de tratamento multidisciplinar da dor orofacial, procedendo ao encaminhamento adequado, em tempo útil, para outras especialidades médicas.